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Mostrando postagens de 2015

Axé

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O barracão está preparado e os filhos-de-santo chegam um a um. Todos de branco com colares coloridos em azul, branco, vermelho... As mulheres ajeitam felizes as vestimentas, próprias para um dia de festa. Na cozinha o cheiro de frango e feijão ecoa pelos ares. O pai-de-santo me dá as boas vindas e a sensação inicial é de apreensão ao me assentar e observar o altar, as oferendas, os santos... Sandra, mulata arredia, senta ao meu lado e fica por uns 10 minutos em silêncio até ele ser rompido: - Você frequenta aqui há muito tempo? -Não. É minha primeira experiência. Aí ela dispara a falar – talvez para justificar algo. Diz que é de família evangélica, porém por ter passado por tantas provações encontrou no terreiro a salvação para os muitos remédios tarja preta prescritos pelo seu psiquiatra. Disse que engravidou e surtou mais ainda, a ponto de quase matar o bebê. A glória dela foi ter ido ao terreiro do setor Urias Magalhães, em Goiânia onde o pai-de-santo deu o passe e indicou

A banda mais quente do mundo

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No bar da Tia, na Praça Universitária de Goiânia, o clima era de chuva e de entusiasmo na tarde do dia 24 de abril. Afinal, nem as gotas de São Pedro que insistiam em cair iriam impedir os integrantes da excursão de irem ao show do Kiss, na capital do Brasil. O relógio quase dava 15h e todos ali conversavam e bebericavam. Uns mais apegados ao primeiro verbo, outros ao segundo. Lendas vivas do rock goiano e marinheiros de primeira viagem como eu. Atenta ia me atendo aos detalhes: unhas pretas, jaquetas, tatuagens, cabelos vermelhos delas e deles um comprido esvoaçante. Detalhes unidos feito irmandade, que selam acordo e juntos seguem advogando suas crenças. - Que bom que você vai ao show -Como não ir. Diz um clássico sorridente A cada novo papo, eles iam revelando desejos antigos de estarem frente a frente a essa tão consagrada banda. Feito crianças “arrumadinhas” em dia de festa, já a postos esperando o ônibus seguir viagem. A trilha sonora, além de harmonizar o ambiente era com

A marca da superação

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A jovem engenheira civil, Cristiane Borges Moreschi descobriu estar com câncer de mama no auge da sua carreira. Na época ela morava em Brasília-DF e tinha 35 anos. A mineirinha estava estonteante com a reforma do Palácio do Planalto. A rotina puxada no canteiro de obras começava sempre às seis da manhã e ia até 23h. Mergulhada nos projetos ia paulatinamente esquecendo-se dela própria. Dormia pouco. Não bebia água. Não comia direito. Stress e mais stress... A vida profissional ia bem. Mas, o corpo sucumbia. Até que numa noite veio o sinal de alerta. Do autoexame veio o sinal de um caroço na mama direita. Achou estranho, porém acabou deixando para lá. Afinal, o corre-corre nas obras era prioritário. No mês seguinte, percebeu novamente o caroço. Não dava mais para protelar, afinal o grito de socorro vinha de suas entranhas. Ginecologista. Exame de ultrassom. Mastologista. Cris, aflita junto ao especialista e em meio à punção – retirada de uma célula, para análise. No dia do resultad